Numa alcova quase escura
Sem conforto, sem ventura
Vive alguém sempre a chorar!
Esse alguém que, logo, encanta
Deve ser alguma santa
Que não teve o seu altar!
Quanto padece, quanto se agita!
Quem numa prece chora e palpita
E a noite infinda mata a ilusão!
Que resta ainda num coração
Mas, ouvindo a voz dos sinos
Brilham seus olhos divinos!
Num terníssimo clarão
E dos lábios macerados
Vão caindo entrecortados
Pedacinhos de oração!